Pastor de Shetland

História e Características Gerais da Raça
O Pastor de Shetland, carinhosamente apelidado de Sheltie pelos seus admiradores, encanta pela sua beleza, o amor aos donos e o prazer em agradá-los.

Ideal para quem se impressiona com a beleza do Collie, mas não tem o espaço suficiente para criá-lo, já que se adapta facilmente a espaços pequenos, desde que exercitados diariamente.

O Sheltie foi criado nas Ilhas Shetland, costa da Escócia, região conhecida por criar animais em estaturas menores ( como o Pônei de Shetland ). Acredita-se que a diminuição do seu tamanho se deve a cruzamentos seletivos entre Border Collies e raças nativas já adaptadas para o espaço limitado da ilha. Esta ilha, além de muito pequena, oferecia dificuldades em relação a alimentação e locomoção. O Sheltie ajudava pastoreando o rebanho e ajudando a encontrar comida e abrigo pela ilha.
Como a ilha ficava meio distante, os cães só ficaram mais conhecidos no início do século XX, e só foi reconhecida como raça em 1909. Alguns anos depois começaram a surgir os primeiros clubes da raça, onde os cães participam em provas de trabalho, pastoreio, obediência e beleza desde então. É claro que com uma aparência tão graciosa e após trabalharem tantos anos ajudando aos homens, hoje são muito populares como companhia, especialmente nos Estados Unidos.

Além da diferença de tamanho com o Collie, outras diferenças são que ele é mais ativo, procura mais carinho do dono e é mais brincalhão.

Apesar de seus longos pêlos, o Sheltie não é um cão que deve ficar do lado de fora da casa o ano todo, deve ser protegido do sol em excesso e do frio intenso. Além disso, deixar um Sheltie isolado no jardim, ou em qualquer outro lugar, é muito cruel, pois são animais sociáveis e não suportam ficar isolados da família. Ao se sentirem abandonados podem rapidamente desenvolver problemas de comportamento, como destruição, latidos em excesso, morder as coisas e cavar buracos.

Sempre pronto para agradar, respondem muito bem a comandos, mas devem ser treinados consistentemente. Não vale a pena dar broncas muito duras no Sheltie, pois são muito sensíveis e se chateiam facilmente.

Se você leva uma vida sedentária, o Sheltie pode não ser a companhia perfeita. Ele vai adorar passar horas deitado ao seu lado, enquanto você trabalha ou lê um livro, mas quando ele se cansar de descansar tanto vai exigir exercícios e brincadeiras que talvez você não esteja preparado para oferecer. A sua calma e docilidade vai se transformar em energia só comparada a dos adolescentes em férias.

Um cuidado a ser tomado é em relação a pelagem, que cai muito, exigindo dos donos umas boas escovações pelo menos uma vez por semana. Durante a troca de pêlo esse cuidado deve ser diário. Vale lembrar que o Sheltie não tem o cheiro forte e nem inspira cuidados especiais além dos já citados. Os banhos devem ser dados com menos freqüência que as outras raças. Mesmo assim sua pelagem continua muito bonita e dificilmente forma nós.

O Sheltie é naturalmente uma raça saudável, mas doenças como displasia, Atrofia Progressiva da Retina, Anomalia de Olhos de Collie e Doença de Willebrand (que causa problemas com sangramentos), podem ser herdadas se os criadores não tomarem cuidado.

Tamanho:
O padrão da Federação Internacional de Cinofilia não determina os tamnhos mímimos e máximos da raça em termos de altura. Já o padrão do American Kennel Club define a altura do Sheltie entre 33 e 41 centímetros na cernelha.

Peso:
O peso dos Shelties variam de acordo com o seu tamanho, uma vez que a proporção é fundamenteal, mas pode-se considerar o peso médio variando entre 6 e 7 quilos.

Aparência:
Na aparência geral o corpo deve parecer moderadamente longo medido do ombro até a extremidade traseira do osso pélvico, mas muito dessa extensão se deve à angulação correta e largura do ombro e anca. Os pêlos devem ser longos, nunca rústico ou grosseiro. Forte mas mantém a graça da aparência. O corpo é todo proporcional e equilibrado. Pelagem farta, principalmente no peito e ao redor da cabeça. Expressão dócil.

Pelagem e Cor:
Deve ter pelagem dupla, ou seja, pêlo e sub-pêlo. O pêlo é longo e reto. O sub-pêlo é macio, curto e denso. O pêlo em volta da cabeça e peito é mais abundante, principalmente no macho. Nas patas traseiras o pêlo é abundante acima do jarrete. Abaixo dele e no rosto o pêlo é curto. Nos zibelines ou martas, todos os tons são admitidos, do dourado claro até o vermelho intenso, mas a cor principal deve ter um tom firme. Os tricolores têm preto intenso no tronco; prefere-se entre os tricolores, marcação castanho vivo. Azul merle, azul claro prateado, manchado e marmorizado em preto. As marcações castanho vivo são bem-vindas. Apesar de todas essas cores num mesmo exemplar, o efeito final é o azul. Preto e branco tem o preto pelo corpo todo com as marcas brancas no peito, antepeito, membros e extremidade da cauda. Preto e castanho tem a mesma distribuição de cores, sendo o castanho no lugar do branco.

O padrão do American Kennel Club (AKC) proíbe que os Shelties tenham mais do que 50% de seu pêlo na cor branca. As entidades ligadas a Fedetação Cinológica Internacional (FCI)não meciona no padrão qualquer restrição à percentagem da cor branca, mas os cães com muito branco não são desejados e podem até ser penalizados nas competições de beleza e conformação. Segundo os criadores e experts da raça, não se devem cruzar dois Shelties de cor azul merle, pois os filhotes apresentam uma grande chance de nascer com surdez e/ou cegueira. Também não são aconselhados os cruzamentos entre azul merle e zibeline.

Cabeça:
Linha refinada, com o focinho afinado, não tão longo quanto do Collie. O nariz é sempre preto. Crânio achatado, o occipital fica imperceptível, com uma distância razoável entre as orelhas, proporcional como todo o resto. Os lábios superiores e inferiores se encontram e se encaixam perfeitamente. A mordedura é em tesoura, dentes superiores ficam pouco a frente dos inferiores. Os dentes não podem aparecer quando a boca estiver fechada. Os olhos são oblíquos, tamanho médio e de forma amendoada. Cor escura em todas as pelagens, sendo que no azul merle o olho azul ou de cores diferentes é aceitável. As orelhas são Pequenas com as pontas dobradas, inserção alta. Quando relaxados as orelhas ficam descansadas para trás, mas qualquer ruído e elas já levantam com as pontas prá frente.

Cauda:
Deve ser suficientemente longa de maneira que, quando deitada, atinja a ponta dos jarretes. Pelagem abundante. Ligeiramente curvada para cima. Quando em movimento um pouco mais pra cima que o normal, mas nunca fica acima do corpo

Expectativa de vida:
de 14 a 15 anos

Perfil da Raça
O Sheltie, como qualquer cão desenvolvido para trabalhar horas a fio, necessita de ter um “trabalho” também na vida urbana para se tornar um cachorro agradável e bem comportado.

Extremamente leal ao dono, muito afetuoso, geralmente se dão bem com crianças e tornam-se, assim, uma deliciosa companhia para a família inteira, se suas necessidades diárias de exercício e estímulo mental forem atendidas. Caso contrário eles podem perturbar as crianças mordendo seus calcanhares para pastoreá-las, ou irritar os vizinhos com seus latidos. O Sheltie típico não é agressivo, mas não costuma ser muito simpático com pessoas estranhas, chegando a ser meio reservado.

Uma característica comum aos Shelties é a sua disponibilidade para obedecer, agradar e, após poucas aulas, fazer com que entre em cena seu instinto herdado de várias gerações de cães obedientes, o que o transforma em uma das mais bem sucedidas entre todas as raças nas provas de obediência. Outro ponto a favor do Sheltie como ótimo companheiro é o fato de não ser muito dominante. Isso somado com o nível de obediência dele o torna especial.

Enquanto alguns Shelties são calmos e tranqüilos, a grande parte deles se sente muito bem fazendo esportes com os donos, como frisbee, caminhadas e principalmente agility. Já são naturalmente muito apegados aos donos, mas dividindo estas prazerosas atividades com eles, ficam mais apegados ainda.

Apesar de todas as considerações positivas sobre o Sheltie, devemos ressaltar que ele é um cão que gosta de dar uns bons latidos de vez em quando e, apesar de seu tamanho, seu latido parece o de um cão bem maior. Este imprevisto pode ser controlado treinando seu cão desde cedo para ele não latir por qualquer bobagem.

Além disso é preciso tomar muito cuidado na hora de escolher o criador do seu Sheltie. Shelties que não foram selecionados com o temperamento correto pode passar para os seus filhotes características indesejadas como excesso de timidez, medo, teimosia (lembrando que cachorros inteligentes como o Sheltie tendem a ser um pouco teimosos até entender o que o seu dono deseja. A partir daí eles se tornam bastante cooperativos), mordedores e latidores compulsivos. Estes filhotes com problemas comportamentais dificilmente poderão se tornar bons companheiros, especialmente para casa onde se tem crianças. O criador tem ainda um outro papel Igualmente importante para com os filhotes que é a socialização deles com as pessoas da casa, e que deve ser seguido pelo novo proprietário com os amigos e parentes. Shelties mal socializados também tendem a ser super desconfiados e medrosos.

Para treiná-los é importante usar sempre de métodos que valorizam o reforço positivo. Bronca só se for verbal e imediatamente acompanhada de uma demonstração do que é que se espera do cão, com carinho. Bater num Sheltie pode ser um erro jamais perdoado. Se o dono ou treinador for muito duro, é possível que cão se afaste, demostre desinteresse e até mesmo perca a confiança e o afeto pelo seu condutor.

No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren o Sheltie ocupa a 6ª posição entre as raças mais inteligentes. Ainda segundo o autor, isto significa que eles estão entre as raças mais brilhantes em termos de obediência e também na execução de tarefas de trabalho. A maioria dos cães destas raças já demonstram sinais de compreensão de comandos simples após apenas 5 repetições e não precisam de muita prática para manter estes comandos. Quando os donos pedem para eles executarem alguma tarefa, eles obedecem logo da primeira vez em cerca de 95% dos casos, e além disso eles costumam responder a estes comandos apenas alguns segundos depois de solicitado, mesmo que o dono esteja longe fisicamente.

Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.

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