Mastiff Inglês

História e Características Gerais da Raça
O Mastiff é uma das raças inglesas mais antigas. Provavelmente deve sua origem aos cães de tipo similares a ele que eram usados pelos reis assírios para caçar leões. Ele também é muito parecido com os ferozes cães molossos da Grécia Antiga. Um trabalho pouco nobre que nossos queridos Mastiffes já tiveram que enfrentar foi justamente sua participação nas arenas junto com os gladiadores romanos. Eles costumavam “abrir” as apresentações lutando com touros, ursos e outros cães. Há evidências de cães gigantes similares ao Mastiff desde 2500 a.C. nas montanhas da Ásia. Baixos-relevos do Palácio de Ashurbanipal, na Babilônia ( agora em exposição no British Museum ), descrevem cães do tipo do Mastiff caçando leões no deserto perto do rio Tigre.
Sua coloração, óbvio, não pode ser descrita, mas exceto por serem mais altos e magros que os Mastiffes atuais – como estes seriam se criados no deserto e comendo bem menos – eles são incrivelmente parecidos com os Mastiffes modernos, apesar de já haver se passado 4500 anos. Após estas claras evidências visuais, nós podemos acreditar no folclore e nas histórias contadas com o passar do tempo.

Marco Polo escreveu para Kubla Khan, que mantinha um canil com 5000 Mastiffes usados para a caça e guerra. Quando Hannibal, o grande líder romano, atravessou os Alpes, ele levou junto um batalhão de Mastiffes treinados para a guerra que, durante as longas viagens, se confraternizaram com raças locais para produzir o que tornou-se o São Bernardo, na época chamado de Mastiff dos Alpes, assim como outras raças gigantes. Essas foram duas histórias de personagens diferentes – Marco Polo e Kubla Khan – mas independente de qualquer coisa, não resta dúvida que o Mastiff vem sendo criado nas ilhas britânicas há muitos séculos e, de todos os países que já criaram a raça, é lá que ela mantém sua forma mais pura, tanto que devemos a eles o Mastiff de hoje em dia. A palavra “Mastiff” deriva do latim massivius, que significa maciço, grande, mas ele já foi chamado de Tie-dog e Ban-dog. No começo ele era usado, sem dúvida, para guardar manadas e rebanhos, assim como a casa. Algum tempo depois foi treinado para lutar com touros, ursos, leões e outros animais importados com esse propósito. Como a ciranda das raças é flutuante, o Mastiff já foi o orgulho do reino britânico, sendo uma das raças mais populares do país. Eles usavam o Mastiff para guardar seus castelos e propriedades, soltando-os à noite para afastar os intrusos. Dizem que Charles V da Espanha foi presenteado por Henry VIII com 400 Mastiffes para serem usados nas batalhas. Outras fontes dizem que os Mastiffes eram usados como cães de guerra entre os antigos Celtas, e os cães acompanhavam seus donos nas batalhas.

O Mastiff é uma das poucas raças cujo nome aparece no The Forest Laws of King Canute, as primeiras leis escritas da Inglaterra. Lá, era obrigatório que o Mastiff tivesse os dedos do meio das patas frontais removidos, isso fazia com que eles não conseguissem correr o suficiente para pegar os cervos, que pertenciam à realeza.

Durante as guerras mundiais, os Mastiffes eram usados para puxar carroças de munição nas frentes de ataque. Nos EUA eram frequentemente encontrados nas plantações guardando as propriedades..

O tamanho do Mastiff e sua necessidade de comer tanto quanto um homem adulto por dia fez dele um animal muito dispendioso para se manter em casa.

Sua popularidade começou a cair no final de 1800, quando diminuiu o interesse por esses cães, e os EUA começaram a importá-los. A 1a Guerra Mundial viu um novo declínio na Inglaterra, e na década de 1920 eles foram quase extintos no país. Era considerado muita falta de patriotismo manter cães vivos que comiam diariamente tanto quanto um soldado. Como resultado, muitos canis fecharam nessa época.

A 2a Guerra Mundial quase acabou com a raça na Inglaterra. No final da guerra importaram linhagens canadenses e americanas para fortalecer a raça novamente.

Os criadores atuais vêm tornando o Mastiff dócil e conseguiram uma excelente companhia, grande o suficiente para deter intrusos, mas dóceis o bastante para brincar com crianças.

Tamanho:
No mínimo 75 cm para os machos e 70 para as fêmeas.

Aparência:
Grande, maciço, simétrico, imponente. Seu andar denota força e firmeza.

Pelagem e Cor:
A pelagem é moderadamente grossa, curta. Sub-pêlo denso e curto. Podem ser abricot, castanho-prateado ou tigrado e todos devem ter máscara negra.

Cabeça:
Aparência forte vista de qualquer ângulo, músculos das têmporas bem desenvolvidos, demonstrando força. Crânio arredondado. Orelhas caídas em V. Olhos escuros, quanto mais melhor, distanciados e não podem ser proeminentes. Expressão alerta porém amável. Nariz preto sem pigmentação rosada.

Cauda:
Longa. Portada baixa, alcança o jarrete ou um pouco mais abaixo. Larga na raiz e vai afinando até o final. Forma uma ligeira curva mas nunca fica sobre as costas quando o cão está em movimento.

Expectativa de vida: :
De 9 a 12 anos.

Perfil da Raça
Este simpático gigante tem no seu padrão a melhor definição da raça. “Uma combinação de imponência com boa natureza, coragem e docilidade. Dignidade, de preferência com bom humor, este é o comportamento correto do Mastiff”. Eles não podem ser nem muito tímidos nem muito agressivos.

O nível de dominância do Mastiff varia muito de acordo com sua linhagem, por isso peça sempre para conhecer os pais do seu filhote e aproveite para observar atentamente o temperamento de ambos. Eles costumam ser naturalmente possessivos com o seu território, sua casa, família e com o carro ( se você puder arranjar um carro onde ele caiba confortavelmente ).

Tem um jeito característico de pensar, se comportar e reagir: com disposição. Quer sempre agradar ao dono. Não tem alto grau de irritabilidade nem sensibilidade.

Hoje em dia encontra-se Mastiffes com diferentes personalidades, mas geralmente ele é tranquilo e quieto. Deve ser calmo dentro de casa e alerta do lado de fora. Deve conhecer as regras da casa e respeitá-las. Não deve ser destruidor, nervoso ou agressivo.

Quando em passeios deve ser equilibrado o suficiente para poder ser agradado por crianças, como qualquer cão de boa natureza. Também não deve ter medo de adultos, tendo boa reação quando as pessoas querem tocá-lo. Claro que toda regra tem exceção, mas estas são as características mais marcantes e gerais nos tipos de temperamento.

Infelizmente a timidez aparece bastante na raça, apesar de não ser o desejado. Um treinamento persistente com o dono, a socialização e a dedicação podem melhorar muito o quadro. A timidez é hereditária, por isso deve-se tomar muito cuidado na escolha dos filhotes, observando bem os pais do animal.
Por ser tão grande, a timidez excessiva pode transformar o seu dócil animal num agressor com grandes proporções. Isso acontece se ele estiver encurralado ou se estiver numa situação de pânico. A timidez o transforma num animal perigoso, pois passa a agredir por medo. Apesar de acharmos “bonitinho” um cão tímido, a situação se inverte quando esse pequeno gigante tímido resolve morder alguém.

Filhotes devem ser expostos ao maior número possível de situações, apresentados à crianças, estranhos, outros animais, barulhos, carros, coleira, enfim, tudo que ele deverá achar normal quando adulto. Ouça música alta, convide amigos em horários diferentes, enfim, mostre a ele o seu mundo.

Outro problema comum é a agressão com outros cães, totalmente fora de padrão, que acontece devido a cruzamentos não selecionados e donos que querem um animal grande e bravo. O Mastiff, mesmo sendo bravo, vai sempre ser um doce com os donos. Geralmente ele vai conhecer outro cão, cheirar, brincar ou ignorar, mas não pode atacar. Essa agressão deve ser evitada, simplesmente com a socialização e o acasalamento selecionado. Um Mastiff nunca pode ser agressivo com pessoas, mesmo porque um cão do tamanho dele, sendo agressivo com gente, é uma grande responsabilidade para os donos.

O Mastiff tem um temperamento alegre e alerta. É um delicioso companheiro para brincadeiras. Um Mastiff com bom temperamento é um cachorro fácil de se conviver, se adapta a todas as situações, recebe as visitas sem pular, fica deitado enquanto o dono trabalha ou vê TV, participa de longos passeios com os donos, é obediente e sabe a hora certa de mostrar serviço.

Pessoas que não gostam de cães que babam devem evitar o Mastiff. Caso você opte (ou optou) pela aquisição desse simpático gigante, garanta que os pais apresentem certificado negativo de displasia coxo-femural. Precisam de cuidados também para não ganharem muito peso e serem exercitados regularmente.

Como toda raça gigante, o Mastiff vive muito menos do que gostaríamos de tê-lo por perto. Sobre sua saúde geral, as preocupações mais comuns são:

» Displasia coxo-femural
» Hipotiroidismo
» Doenças cardíacas
» Câncer ósseo
» Torção gástrica

Uma dica importante para evitar a torção gástrica é evitar muita movimentação ( brincadeiras excitantes, corridas e pulos ) logo após ele ter comido. Mantenha as visitas ao veterinário em dia, especialmente se o seu amigão já tem mais de 6 anos de idade.

No livro “The Intelligence of Dogs” ele ocupa a 72ª posição no ranking das raças mais inteligentes para o trabalho. Isso significa que ele pode até dar um certo trabalho para atender os comandos, mas a sua vontade de agradar ao dono compensa essa trabalheira toda. . Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados extremamente difíceis de serem treinados para executar tarefas. Normalmente são necessárias de 30 a 40 repetições de simples comandos, no início do treinamento, para que eles comecem a demonstrar alguns sinais de que estão entendendo o que se espera deles. Não é raro que estes cães precisem executar mais de 100 vezes um comando de forma correta, antes de se tornarem confiáveis na sua performance.

O treinamento de obediência básica normalmente deve ser estendido por várias sessões., e mesmo assim eles podem parecer lentos e desinteressados na conclusão dos comandos. Uma vez que estes cães tenham absorvido totalmente o comando, será necessário manter o treinamento periodicamente, uma vez que eles parecem “desaprender” numa velocidade muito grande. Na verdade, se o treinamento não for mantido, eles darão a impressão de que nunca aprenderam nada.

Alguns juizes e treinadores costumam dizer que eles são “intreináveis”, mas outros afirmam que na maioria das vezes o treinador e/ou o dono não tiveram a paciência e a persistência de manter o treinamento por tempo suficiente afim tornar os comandos de obediência em hábito de comportamento.

Eles tendem a reagir com algum interesse em menos de 25% das vezes em que um comando lhes é dado e não raro eles simplesmente dão as costas aos seus treinadores, como que se estivessem desafiando a autoridade destes.

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