Dachshund

História e Características Gerais da Raça
Originário da Alemanha, o Dachshund, também chamado de Teckel, Dachel, ou Dachsel era usado para caçar animais de toca. Na verdade o nome deste pequeno animalzinho significa Dachs = Texugo, Hund = caçador, ou seja O Caçador de Texugos.

Quando foram desenvolvidos nos séculos 18 e 19, os alemães procuravam uma raça capaz de cavar rapidamente os buracos na terra em busca da caça. Os cães deveriam ser corajosos, persistentes, agressivos para com as suas presas e resistentes o suficiente para lutar até a morte com texugos entocados e encurralados. Nesta época os Dachshund eram também usados para caçar raposas e, acreditem ou não, porcos selvagens e javalis.
Trazidos para o Estados Unidos em 1887, logo começaram a desfrutar de grande popularidade e, em pouco tempo, já estavam entre as 10 raças mais registradas no Westminster Kennel Club Show.

Durante a Primeira Guerra Mundial, junto com todas as outras raças de cães de origem alemã, os Dachshund passaram a sofrer uma intensa perseguição nos países que enfrentaram a Alemanha, chegando a ser apedrejados, e os amantes da raça eram chamados de traidores. Quando a guerra acabou alguns criadores dos EUA e da Inglaterra reconstruíram seus plantéis, importando novos cães. Felizmente a Segunda Grande Guerra já não teve o mesmo efeito devastador sobre a raça, que então já era bastante popular e admirada por muitos.

Existem duas teorias para o aparecimento do pêlo longo nos Dachshund. A primeira é de que o pêlo longo teria sido desenvolvido a partir da seleção, pelos criadores, dos filhotes de pais de pêlo curto, que eventualmente nasciam com o pêlo mais longo. A outra teoria é de que o pêlo longo teria sido resultado do cruzamento entre Dachshund de pêlo curto com Spaniels. Seja qual for a origem, é um conceito comum de que os Dachshund de pêlo longo costumam ser mais dóceis e calmos que os de pêlo curto ou de pêlo duro.

Por outro lado, os Dachshund de pêlo duro são considerados os mais agitados e bagunceiros, do tipo que sai carregando o rolo de papel higiênico pela casa toda. O motivo de tal personalidade inquieta seria o cruzamento dos Dachshund de pêlo curto com vários tipos de terriers (conhecidos pelo temperamento agressivo, cheio de vida, teimoso e arteiro) para conseguir um pêlo mais duro.

Embora seja mundialmente apreciados como cão de companhia, exceto na Alemanha e Inglaterra onde ainda é usado para caçar, todas as características físicas do Dachshund indica sua verdadeira vocação: perseguir e atacar animais que se escondem na terra. Basta olhar o corpo longo, as patas curtas mas extremamente musculosas, as unhas fortes, dentes afiados, maxilares poderosos, e o espírito admiravelmente alerta, combativo e destemido para ver do que estes pequenos cães seriam capazes ao encurralar suas vítimas.

Quanto ao aspecto de saúde, atenção especial deve ser dada ao controle de peso destes cães. Devido ao seu corpo muito alongado, o excesso de peso pode causar problemas graves de coluna. Fora isso eles são bastante saudáveis e ativos.

Tamanho:
OExistem três tamanhos para a raça, que são definidos pelo peso do cão, ou na Alemanha, pela circunferência do tórax do animal. A variação na estatura vai de 12 a 22 cm ( na cernelha).

Peso:
Standard: em torno de 9 quilos;
Miniatura: entre 4 e 9 quilos;
Toy: em torno de 3,5 quilos.

Aparência:
Corpo longo, com patas curtas, musculoso e compacto; movimentos suaves e equilibrados.

Pelagem e Cor:
Assim como o tamanho, existem três variações de pêlo: Pêlo Curto – curto, macio, brilhoso e colado ao corpo; Pêlo Duro – espesso, áspero, sendo mais longo nas sobrancelhas, no focinho e embaixo do queixo, do tipo “arame”; Pêlo Longo – comprido, ondulado, macio e brilhoso. Todas as cores de hounds são permitidas. Quando de cor sólida eles devem ser castanhos avermelhados ou castanhos claros, quando bicolores eles são preto, marrons ou cinzas, com manchas castanho intenso. Existem ainda os arlequins e tigrados.

Cabeça:
Crânio arredondado, longo, estreito, com o focinho afinalado; olhos bem escuros, amendoados; orelhas arredondadas e assentadas no alto da cabeça.

Cauda:
Cortada longa e afinalada.

Expectativa de vida:
cerca de 16 anos.

Perfil da Raça
Além de sua aparência esguia e “esticada”, o que lhe valeu o apelido de salsicha, a característica mais marcante de um Dachshund é a personalidade. Eles são bravos guerreiros, agitados, cheios de vida e prontos para entrar em ação a qualquer momento.

São independentes, mas ao mesmo tempo adoram participar de tudo que suas famílias fazem. E não é raro vê-los grudadinhos como chiclete, o dia todo, nos seus donos. Também adoram brincar, desde que você siga as regras deles, e não o contrário.

Aliás, esta independência é a grande responsável pela dificuldade em se treinar um Dachshund a obedecer ao dono e também para que ele aprenda a fazer xixi e cocô no lugar certo. Não é que eles sejam “burros”, apenas eles não vêm necessidade em fazer exatamente o que VOCÊ quer, já que eles preferem agüentar as conseqüências e fazer o que ELES querem. O segredo para treinar estes pequenos malandros é ter muita paciência e não desistir nunca. Pode levar muito mais tempo para treina-los, do que levaria para treinar uma outra raça, mas, uma vez que eles aceitem a vontade do dono, são capazes de fazer as maiores gracinhas.

Observando o temperamento do Dachshund chega-se a conclusão de que ele é como um grande cão dentro de uma embalagem pequena. São territoriais e não têm medo de expulsar qualquer intruso que se aproxime sem ser convidado. Também é comum que sejam bastante ciumentos de “seu humano” predileto, chegando a impedir que outras pessoas da família cheguem muito perto.

Quando bem socializados, ainda pequenos, eles são ótimas companhias para crianças (desde que estas saibam como manuseá-los com cuidado), e também com outros animais. Caso contrário, a herança agressiva de cão de caça irá se sobressair, e em caso de se sentirem ameaçados não hesitarão em morder para se defender.

O pequeno porte, o olhar inteligente e curioso, e a aparência engraçadinha, são fatores que tornam o Dachshund uma opção para pessoas que moram em apartamentos, mas todas as pessoas que pretendem ter um cãozinho desta raça deveria saber que eles costumam ser bastante barulhentos e destrutivos, quando deixados sozinhos por longos períodos de tempo.

Muitos sofrem de ansiedade, e por excesso de mimo e falta de exercício adequado tornam o convívio insuportável para os que têm um espírito menos tolerante. Não que esta seja uma prerrogativa única dos Dachshunds (qualquer cachorro submetido a esta combinação pode tornar a vida difícil para os donos), mas parece que a aparência meiga e inocente destes pequeninos acaba enganando muita gente.

No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren o Dachshund ocupa a 49ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados como medianos no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas. Durante o período de aprendizado ele irão demonstrar sinais rudimentares de compreensão da maioria dos comandos, após 15 a 20 repetições. No entanto, para que eles obedeçam razoavelmente serão necessárias de 25 a 40 experiências bem sucedidas. Se forem treinados adequadamente estes cães irão apresentar boa retenção e eles irão se beneficiar, definitivamente, de todo esforço extra que o dono dispensar durante o período inicial do aprendizado. Na verdade, se este esforço concentrado não for aplicado no início do treinamento, o cão parece perder rapidamente o hábito de aprender.

Normalmente eles respondem no primeiro comando em 50% dos casos, mas o grau de obediência final e confiabilidade irá depender da quantidade de prática e repetições durante o treinamento. Ele também podem responder de uma forma consideravelmente mais lenta do que as raças classificadas em níveis mais elevados de inteligência.

Um outro detalhe é que estes cães costumam ser extremamente sensíveis à distância física entre eles e seus donos. Ou seja, na medida em que a distância entre o cachorro e o dono aumenta, pior fica do cachorro obedecer prontamente, ou mesmo de obedecer. Não é incomum que a partir de determinadas distâncias (que com alguns cachorros não precisa ser muito grande), já serão necessárias várias repetições do mesmo comando, ou que o tom de voz seja elevado, para que se consiga fazer com que o cão obedeça corretamente.

Paciência e persistência são condições indispensáveis para que estes cães sejam treinados com sucesso e não e tornem “impossíveis”.

Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.