História e Características Gerais da Raça
Marinheiros franceses do século 14 , fascinados pela beleza do Bichon Frise, ou também chamados de Tenerife e Bichon Tenerife, foram os responsáveis pela introdução da raça na Europa, trazendo vários exemplares da ilha de Tenerife, uma das ilhas Canárias na costa da Espanha. O Bichon, parente próximo do Maltes, era utilizado pelos marinheiros como moeda de troca quando de volta a Europa. Sua personalidade alegre rapidamente ganhou admiradores na alta classe social e a raça virou uma das preferidas por reis e membros da nobreza da época por 400 anos.
No século 19 o Bichon perdeu um pouco da sua fama e a realeza passou a preferir outras raças. Nesta época o Bichon passou então a ser um animal pertencido pelas pessoas comuns. Devido a sua grande agilidade e vontade de agradar, logo esta raça passou a ser utilizada como animais de circo ou de ambulantes de realejo.
Após a primeira guerra mundial os criadores franceses resolveram desenvolver a raça com mais seriedade e, em 1934, receberam o reconhecimento do Kennel Club Francês. Apesar do grande sucesso entre criadores e admiradores, os Bichons apenas foram reconhecidos pelos clubes americano e canadense nos anos 70.
Nas pistas de shows de conformação e beleza eles são tão elegantes e tão cheios de vida que contagiam a todos. O pêlo, naturalmente bonito e sedoso é uma de suas maiores características, mas requerem cuidados especiais que nem todos os donos estão dispostos a enfrentar.
Mesmo que o dono não tenha intenção de exibi-los em shows, será preciso escová-los todos os dias, além de dar banho todas as semanas e tosá-los 1 vez por mês. Na grande maioria das vezes é preferível deixar que um profissional de banho e tosa cuide do seu Bichon, mas é importante acostumá-lo desde filhote a ser manuseado e aos barulhos comuns de uma loja de banho e tosa para que quando o cachorro se tornar mais velho não fique assustado e arredio.
Tamanho:
altura de 24 cm a 30 cm.
Peso:
Varia entre 3 e 5 quilos.
Aparência:
Corpo compacto, ligeiramente mais longo do que alto, com movimentos equilibrados, livres e suaves.
Pelagem e Cor: Pêlo fino, longo, sedoso, com sub-pelo e a camada exterior encaracolada. A cor é branca pura, embora um pouco de abricó, creme ou cinza na cabeça é aceito.
Cabeça:
Crânio levemente arredondado com focinho de tamanho médio e de forma quadrada; olhos redondos, escuros e próximos; Orelhas grandes, caídas e cobertas de pêlos.
Cauda:
A cauda deve ser carregada por sobre as costas.
Expectativa de vida:
de 15 a 18 anos.
Perfil da Raça
Quem tem um Bichon Frise sabe que por baixo daquele monte de pêlos fofinhos existe um cachorrinho divertido e esperto.
Estes cachorrinhos são charmosos, vivazes, alegres, gentis, inteligentes e assertivos. São também muito brincalhões e afetivos. É muito fácil conviver com um Bichon Frise.
Eles são muito fáceis de serem treinados e não são agressivos. Estas qualidades fazem do Bichon excelentes companhias para crianças e para outros cachorros. No entanto é preciso um pouco de cuidado com crianças muito pequenas pois eles tendem a reagir quando muito importunados. Eles são pouco dominantes e precisam muito da companhia de humanos. Normalmente eles não são de latir excessivamente, mas exceções à esta regra parecem estar se tornando cada dia mais comum.
Como a maioria das raças pequenas, eles adaptam muito bem em apartamentos mas necessitam de algum exercício. É uma boa companhia para longos passeios a pé, ou até mesmo para jogging. Caso eles não recebam sua dose diária de exercícios eles serão bastante ativos dentro de casa. Eles são apenas razoáveis como cães de guarda e excelentes em competições de obediência se devidamente treinados. Os Bichons adoram “trabalhar” para seus donos e aprendem muito rápido a fazer truques e gracinhas.
O maior problema comportamental de um Bichon parece ser conseqüência dos excessos de mimos que os donos costumam permitir quando eles ainda são filhotes. Outra reclamação relativamente comum é de donos que possuem um Bichon e passam o dia todo fora trabalhando. Normalmente eles recebem reclamações dos vizinhos por excesso de barulho, ou acabam achando a casa toda desarrumada, ou roída, quando voltam no final do dia. Para tentar diminuir as chances de problemas é preciso incentiva-los a brincar sozinhos e a se tornar mais independente.
Talvez pêlo seu passado nobre, os Bichons parecem ter uma noção de limpeza e auto estima muito grande. Muitos donos relatam como seus cachorros parecem orgulhosos depois de serem penteados e tosados no corte típico da raça. Também costuma ser muito fácil treiná-los para fazer xixi e cocô no lugar certo.
No livro The Intelligence of Dogs de Stanley Coren, o Bichon ocupa a 45ª posição entre as raças pesquisadas. Ainda segundo o autor, isto significa que eles são considerados como medianos no processo de aprendizado e na capacidade de serem treinados para executar tarefas.
Durante o período de aprendizado eles irão demonstrar sinais rudimentares de compreensão da maioria dos comandos após 15 a 20 repetições. No entanto, para que eles obedeçam razoavelmente serão necessárias de 25 a 40 experiências bem sucedidas. Se forem treinados adequadamente estes cães irão apresentar boa retenção e eles irão se beneficiar, definitivamente, de todo esforço extra que o dono dispensar durante o período inicial do aprendizado. Na verdade, se este esforço concentrado não for aplicado no início do treinamento, o cão parece perder rapidamente o hábito de aprender.
Normalmente eles respondem no primeiro comando em 50% dos casos, mas o grau de obediência final e confiabilidade irá depender da quantidade de prática e repetições durante o treinamento. Ele também podem responder de uma forma consideravelmente mais lenta do que as raças classificadas em níveis mais elevados de inteligência.
Um outro detalhe é que estes cães costumam ser extremamente sensíveis à distância física entre eles e seus donos. Ou seja, na medida em que a distância entre o cachorro e o dono aumenta, pior fica do cachorro obedecer prontamente, ou mesmo de obedecer. Não é incomum que, a partir de determinadas distâncias (que com alguns cachorros não precisa ser muito grande), já sejam necessárias várias repetições do mesmo comando, ou que o tom de voz seja elevado, para que se consiga fazer com que o cão obedeça corretamente.
Paciência e persistência são condições indispensáveis para que estes cães sejam treinados com sucesso e não se tornem “impossíveis”.
Uma última dica é fazer com que as sessões diárias de treinamento sejam curtas (não mais do que 15 minutos), variadas e divertidas, caso contrário o Bichon logo chega a conclusão de que não tem nada para fazer ali.
Obs.: O gráfico acima é o resultado de um estudo realizado por Benjamin L. Hart e Lynette A. Hart, veterinários e Phd’s em comportamento animal, que entrevistaram dezenas de veterinários, treinadores e juizes de competições de obediência nos EUA.
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